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21/03/2022Novo tratamento foi aprovado em fevereiro no Brasil
Lucas Sant´Ana, oncologista no Oncocenter Dona Helena, em Joinville (SC)
Em 2017, o FDA, órgão americano análogo à Anvisa no Brasil, aprovou a terapia oncológica conhecida como CAR-T Cell, a primeira terapia gênica contra o câncer. Cinco anos se passaram e, no Brasil, a aprovação para o uso dessa medicação ocorreu neste mês de fevereiro de 2022, o que representou uma notícia muito relevante em tratamentos oncológicos, como também uma nova perspectiva para o paciente.
Mas o que isso significa, afinal? O CAR-T Cell é uma terapia inovadora e com capacidade de revolucionar a terapia contra o câncer. Ela se baseia em uma premissa inédita, na qual nossas próprias células de defesa, os linfócitos, são utilizados para combater o câncer.
Primeiramente, uma linhagem de células de defesa (linfócitos T) são retirados do paciente. Em seguida, os linfócitos T são modificadas geneticamente para se tornarem ativos contra células tumorais e, em seguida, são reinfundidos no paciente.
O resultado é uma resposta muito intensa contra a neoplasia alvo e com excelente eficácia. Atualmente, essa terapia é aprovada para tratamento de duas neoplasias malignas, LLA (leucemia linfoblástica aguda) e alguns subtipos de linfoma.
No Brasil, a terapia já foi utilizada em âmbito experimental, em 2019 no paciente Vamberto Luis de Castro, que se tratava na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP). À época, ele ficou conhecido por ser o primeiro paciente da América Latina a receber terapia com CAR-T Cell. Vamberto tinha diagnóstico de linfoma não-Hodgkin, e, após diversos tratamentos, já não dispunha de alternativas terapêuticas eficazes. Após a realização da terapia gênica, houve redução de quase 100% das lesões que o acometiam.
A aprovação da terapia pela Anvisa é uma de várias etapas necessárias para que a medicação seja incorporada ao sistema de saúde brasileiro. Para os brasileiros que enfrentam o tratamento contra o câncer, essa é uma terapia extremamente promissora, que deverá ter sua indicação ampliada nos próximos anos e beneficiará ainda mais pacientes.