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01/12/2023Sérgio Adriano H faz intervenções urbanas em São Francisco do Sul e Joinville
Sérgio Adriano H começa a segunda etapa do projeto CORpo-Manifesto que propõe uma reflexão sobre arte e política, a partir de uma abordagem sobre cor, corpo e manifesto, um tema caro ao joinvilense que tem assumido, por meio de sua produção, um ativismo com relação ao racismo estrutural brasileiro. Iniciado em Florianópolis, os caminhos daquilo que o artista chama de “intervenção urbana, exposição-ação e circulação” agora ocorre em São Francisco do Sul e Joinville.
Neste sábado, dia 18 de novembro, na praça Getúlio Vargas, em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça, em São Francisco do Sul, a agenda de Sérgio Adriano H inclui o artista Franzoi, que realiza a performance “AlmaCorpo”. Na segunda-feira, dia 20 de novembro, em Joinville, entre 14 e 18 horas, na Galeria a Céu Aberto da Casa da Cultura Fausto Rocha. A agenda contempla também uma performance do ator e professor Robson Benta. Depois, numa terceira e última etapa, ele passa por São Paulo, no dia 25 de novembro e no Rio de Janeiro, em 30 de novembro.
Com curadoria de Juliana Crispe, o artista põe de novo suas obras em espaços públicos, agora com um conceito que aproxima cor, corpo e manifesto. Legitimado pela conquista do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Artes – 2022, uma iniciativa do governo do Estado de Santa Catarina por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), o itinerário da mostra abrange seis cidades brasileiras, quatro de Santa Catarina. Depois de Florianópolis, o roteiro envolve Itajaí, Joinville e São Francisco do Sul, além do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). O projeto propõe refletir sobre o racismo estrutural no Brasil a partir de seis intervenções urbanas nas quais o artista põe em circulação uma exposição composta de seis fotografias (80 x 120 cm) e quatro objetos/faixa.
Com a mostra apresentada nas áreas externas das instituições, os transeuntes podem conhecer gratuitamente a proposta de arte contemporânea. Desde o início de sua trajetória, há mais de 20 anos, Sérgio Adriano busca criar pausas no movimentado cotidiano de passantes. De passagem, essas pessoas não deixam vestígios, porém, ao contrário, na ação, por meio da arte, se quer provocar e que elas possam levar algo, nem seja uma interrogação sobre a realidade íntima ou coletiva. “Em um mundo cada vez mais conectado na ignorância coletiva, a arte cumpre seu papel resiliente no despertar dos questionamentos e na liberdade individual de pensar, concluir e se expressar”, diz o artista que aprecia estar nas ruas, onde expõe nas calçadas, nas escadarias, em lugares movimentados.
No começo da carreira, como um mascate, carrega as obras dentro de um conjunto de malas transportado por um carrinho de duas rodas. “Meus projetos são baseados em falar com as pessoas”, diz ele que quer o contato direto com o público, tanto que, em 2017, constrói a Bike Galeria com a qual se desloca pelas cidades, em praças, mercados públicos, calçadões, universidades e escolas. A intenção é garantir o acesso à arte, conversar e alcançar quem não costuma acompanhar o circuito de arte contemporânea, colocar artista-obra-público em diálogo e estimular experimentações estéticas.
Negação, invisibilidade e violência
Filho de pai branco e mãe negra, o artista conhece as dores do racismo estrutural. Suas imagens são criadas a partir de fotos, vídeos, instalações e objetos com os quais questiona o sistema simbólico chamado “verdade”, um conceito nem sempre contemplado nos livros da história do Brasil, cujos textos apostam no apagamento social dos negros, negam a identidade racial e violentam aqueles que são hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o maior contingente populacional do país. A invisibilidade e os seus efeitos se afirmam por meio de um discurso de cordialidade, da negação da injustiça e pela violência com números estarrecedores de homicídios, nos quais jovens e negros aparecem sempre no patamar das vítimas.
Engajado, Sérgio Adriano põe a arte a serviço da luta contra a invisibilidade da produção afro-brasileira no circuito de arte contemporânea. O processo de criação se completa, quase sempre, no espaço do encontro nas ruas onde, sem afrontas, ativa um vocabulário político, entendido como possibilidade de conversa, reflexão e transformação.
Sobre Sérgio Adriano H
Nasce em 1975, em Joinville (SC). Artista visual, performer e pesquisador. Vive e produz entre Santa Catarina e São Paulo. Formado em artes visuais e mestre em filosofia. Tem trabalhos em acervos públicos e particulares, entre os quais o Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP), Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). Incluído em 2014 no livro “Construtores das Artes Visuais: Cinco Séculos de Artes em Santa Catarina” como um dos 30 artistas mais influentes do Estado, já integrou mais de 140 exposições individuais, coletivas e salões, incluindo a performance “desCOLONIZAR CORpos”, no Institut National D’histoire de L’art, Paris, França, 2023; 13ª e 14ª Bienal Internacional de Curitiba, 2019/17; 8ª Bienal Argentina, 2018; Rumos, Itaú Cultural, São Paulo 2013/11. Conquistou, entre outras premiações, o Reconhecimento por Trajetória Cultural Aldir Blanc SC (2020), a Medalha Victor Meirelles – Personalidade Artes Visuais (2018) e a Medalha Cruz e Sousa (2022). Com objetos, fotografias, vídeos e instalações, sua produção se situa na clave arte e engajamento. Executa neste momento os editais conquistados na Caixa e no Banco do Brasil.
Sobre Juliana Crispe
Nasce em Florianópolis (SC). Curadora, professora, pesquisadora, arte educadora e artista visual. Doutora em educação, mestre e graduada em artes visuais. Desenvolve projetos curatoriais desde 2007, tendo realizado mais de uma centena de exposições. Participa de conselhos e comissões de editais de artes visuais em Santa Catarina e no País. Membra do Conselho Deliberativo do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) e da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Destaque para as curadorias em parceria com a Galeria Choque Cultural (SP), curadora da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba (PR), cujo trabalho rendeu o prêmio de Jovem Curadora em 2019, curadora do 11º Salão Nacional Victor Meirelles, promovido pelo Masc e Fundação Catarinense de Cultura (FCC).
FICHA TÉCNICA
Sérgio Adriano H | artista
Juliana Crispe | curadora
Célia Maria Antonacci Ramos | palestrante
Franzoi e Robson Benta | palestrantes/performance
Priscila dos Anjos | workshops
Cyntia Werner | assessoria educacional
Cleverton Maciel | consultor socioeducativo
Jan M.O. | design gráfico
Néri Pedroso | imprensa e revisão
SERVIÇO
Intervenção urbana/exposição “CORpo-Manifesto”
Gratuito
17.11.23 – Calçadão Hercílio Luz, Itajaí | 9h às 13h
18.11.23 – Praça Getúlio Vargas, Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça, São Francisco do Sul | 9h às 13h
12 h – Palestra/Performance AlmaCorpo com o artista Franzoi
20.11.23 – Galeria a Céu Aberto da Casa da Cultura, rua Dona Francisca, 800, Joinville | 14h às 18h
17h – Palestra/Performance CORpo-Manifesto com o ator/professor Robson Benta
25.11.23 – Edifício Vera, rua Álvares Penteado, 87, Centro, São Paulo | 12h às 16h
30.11.23 – Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), rua Pedro Ernesto, 32-34, Gamboa, Rio de Janeiro | 10h às 14h
REALIZAÇÃO
Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Artes – 2022, Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina
APOIO
Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), Choque e Casa da Cultura Fausto Júnior
SAIBA MAIS
Instagran/sergio_adriano_h
Flick: Sergio Adriano H
CONTATOS
Ass. imprensa: NProduções Néri Pedroso (jorn.) (48) 9-9911-9837 (whats), Sérgio Adriano H (11) 942655179