Cirurgia inédita usa dispositivo de realidade aumentada para a participação remota de especialistas

Procedimento no Hospital Dona Helena
envolveu médico baseado na África do Sul

Cinco especialistas, localizados em três diferentes cidades – Joinville, Itajaí e de Madikwe, na África do Sul –, estiveram à frente de um procedimento ortopédico inédito, no Hospital Dona Helena. Utilizando a plataforma do Microsoft HoloLens, que permite a comunicação em tempo real, combinando vídeo, áudio, interação 3D e sobreposição de informações no campo de visão do cirurgião, a equipe realizou a correção cirúrgica de uma fratura complexa no úmero (maior osso do braço) em uma paciente de 39 anos.

O médico Guilherme Augusto Stirma comandou o procedimento, com a participação dos ortopedistas Lucas Sasso da Fonseca e Augusto César Lopes, todos atuando no centro cirúrgico do Hospital Dona Helena. Os especialistas Vitor Corotti, em Itajaí, e Jan Tamanini, que participou diretamente da savana africana, completaram a equipe. “Pela primeira vez, pudemos usar esse dispositivo que permite uma colaboração ativa e global de especialistas localizados em diferentes partes do mundo, eliminando a necessidade de deslocamento, o que economiza tempo e recursos”, ressalta Stirma.

Para o ortopedista, a tecnologia facilita a troca de conhecimentos e experiências em tempo real, enriquecendo a tomada de decisões e potencialmente melhorando os resultados cirúrgicos. “Em muitos casos, um especialista remoto pode ser crucial, especialmente em situações emergenciais ou em locais onde certos profissionais não estão disponíveis presencialmente. O avanço representa um grande passo na medicina e contribui para a realização de procedimentos de maneira cada vez mais segura e eficaz.”

A milhares de quilômetros de Joinville, o médico Jan Tamanini revela: “Participar dessa cirurgia utilizando realidade mista foi uma experiência transformadora. Estando tão longe, interagir em tempo real com a equipe no Brasil mostra como a tecnologia pode romper barreiras geográficas.” Essa inovação, para o médico, não apenas possibilita uma nova forma de trabalho colaborativo na medicina, mas também garante que o conhecimento especializado possa ser compartilhado de maneira imediata e eficaz, independente da distância.