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Três meses depois de conquistar o primeiro título na carreira de atleta profissional, o fisiculturista lageano Eder Lima, que mora no bairro Vila Nova, em Joinville, busca nova classificação. No dia 7 de março, ele participa, em Blumenau, de um evento de fisiculturismo organizado pela National Amateur BodyBuilding Association (Nabba) Brasil. “Amo esse esporte, sempre quis viver disso. Vou lutar muito por esse reconhecimento e colocar o nome de Joinville em destaque outra vez”, reitera Eder.
Residindo em Joinville há oito anos, o atleta decidiu começar a treinar em uma academia nessa mesma época com o objetivo de melhorar o condicionamento físico. Por ter estatura elevada (1m86cm), sentia-se rejeitado por algumas pessoas e tinha de conviver com brincadeiras de mau gosto. “Era muito magro, sofria bullying no trabalho, era motivo de chacota. Aí, resolvi fazer academia para ganhar peso. Hoje, eu me sinto realizado, embora continue sofrendo dificuldades para receber apoio”, lembra Eder.
A “virada de chave” aconteceu há dois anos, depois que Eder sofreu um acidente de motocicleta e machucou o músculo do ombro. Impossibilitado de treinar e competir, entrou em depressão e quase desistiu do sonho de ser atleta. Isso só não aconteceu porque ele recebeu o incentivo da esposa Eliane e de amigos, como o personal trainer Teddy Jones, os proprietários da Universal Fitness Academia, do bairro Vila Nova, Junior e Nita Calegari, e o coach Silvio Guimarães.
“Sem eles, não teria chegado até aqui. Devo isso especial à minha esposa, que me ajudou a reerguer, a enfrentar os dias mais difíceis e a não desistir de treinar porque não é nada fácil preparar o corpo e a mente para essas competições”, ressalta o atleta.
O equilíbrio mental é um dos pontos chave na preparação de qualquer atleta profissional, destaca o personal trainer Teddy Jones, que tem 16 anos de experiência em treinamento e desenvolvimento físico. Para ele, o nível de concentração para atingir o peso ideal exige um esforço sobre-humano e, se o atleta não tiver o suporte da família, dos amigos, dos treinadores, é capaz de deixar escapar uma grande oportunidade.
“Um atleta como o Eder não atinge a alta performance sozinho. Ele precisa de suporte para cuidar da alimentação, por exemplo. Nas três semanas que antecedem o evento, só pode ingerir verduras, legumes e proteínas. Então, é muito difícil o período ao qual chamamos de desidratação”, explica Teddy.
Mas há outras dificuldades que são impostas ao mundo do fisiculturismo e, para superá-las, é preciso resiliência. Eder lembra que ainda hoje muitas pessoas relacionam o fisiculturismo a um esporte ligado ao uso de anabolizantes. Esse pensamento é totalmente equivocado, segundo Eder, e não reflete a realidade de um atleta profissional.
“Há preconceito com o esporte. O pessoal não sabe o que a gente passa para chegar até aqui. Acham que você usa um monte de drogas para atingir seu objetivo. Poucos acreditam que você faz dieta, que faz tudo certinho, que a tua vida é voltada para isso durante 24 horas. Infelizmente, ligam o bodybuilder ao uso de anabolizantes e isso não tem nada a ver. Precisa disciplina e força de vontade para atingir o nível de competição” pondera.
Eder tem planos bem estruturados e espera em breve ser reconhecido na sua cidade, no seu Estado e no país que vive como um atleta de fisiculturismo. Dedicação e empenho para alcançar tudo isso não vão faltar. E com o apoio da comunidade joinvilense, ele espera alçar voos cada vez mais altos, ser referência para atletas iniciantes no bodybuilder e mostrar sua capacidade de superação. “Hoje, as pessoas olham para mim de outra maneira. Estão vendo que não faço isso por brincadeira ou por estética. Eu amo esse esporte demais”, complementa.