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Nem só de água, sabão, mãos limpas, álcool em gel e máscaras é feito o controle básico da disseminação do novo coronavírus. A boca – uma das principais portas de entrada do vírus – também requer cuidados, já que a falta de higiene pode desencadear doenças graves.
Um estudo de pesquisadores britânicos publicado na revista British Dental Journal mostrou a relação entre a má higiene oral e a Covid-19. Periodontite e infecções nas gengivas são causadas por bactérias que podem atingir os pulmões e levar a sérias infecções, aumentando o risco de complicações respiratórias pós-virais.
Segundo a pesquisa, pacientes com doença periodontal correm um risco 25% maior de ter doenças cardíacas, três vezes mais chances de contrair diabetes e são 20% mais propensos à pressão alta: três fatores de risco para Covid-19 grave.
Especialistas brasileiros concordam que a higiene bucal ajuda na prevenção ao coronavírus. Campo fértil para a proliferação de vírus, fungos e bactérias, a cavidade oral precisa ser bem higienizada para impedir que micro-organismos entrem na corrente sanguínea e cheguem a órgãos vitais.
O cirurgião-dentista de Jaraguá do Sul, Caio Carinhena, professor e mestre em ortodontia, explica que medidas simples como a escovação dos dentes, higiene da língua, gengivas, bochechas e o uso de fio dental são determinantes para a redução das cargas virais. “A saúde bucal está diretamente ligada ao nosso bem-estar geral, mas pouca gente se dá conta disso.”
Com a correta higienização da boca, as chances de um vírus ou bactéria chegar às células pulmonares ou ao coração reduzem consideravelmente. Alguns estudos revelaram, inclusive, que pacientes positivos para Covid-19 apresentaram altos níveis de contaminação na saliva.
Orientação especializada
Seguindo as determinações da Organização Mundial da Saúde, Conselho Federal de Odontologia e Anvisa, as clínicas odontológicas reforçaram os protocolos de higiene para reduzir os riscos de propagação do coronavírus e garantir mais segurança aos profissionais e pacientes.
“Ainda que as orientações desses órgãos tenham sido procurar os consultórios somente em casos de emergência e urgência durante a pandemia, negligenciar a saúde bucal é um risco ainda maior à saúde. Ao perceber qualquer problema odontológico, as pessoas devem procurar o dentista antes que a situação se agrave”, defende Caio Carinhena, que também é co-founder da Clinicorp – empresa especializada em soluções inteligentes para o gerenciamento de clínicas odontológicas.
De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, a área de odontologia registrou a menor incidência de contaminação por coronavírus no país entre os profissionais de saúde. O relatório nacional aponta que, entre os meses de março e junho deste ano, do total de infectados apenas 0,17% eram cirurgiões-dentistas e 0,12%, auxiliares e técnicos.
Tecnologia a serviço da odontologia
Além dos equipamentos e medidas de segurança, proteção e prevenção, os cirurgiões-dentistas também adotaram outras estratégias para reduzir os riscos de contaminação pelo novo coronavírus. Uma delas tem sido a anamnese a distância, em que os profissionais fazem uma triagem e consulta prévia por telefone ou vídeo-chamada para antecipar as informações que seriam repassadas presencialmente na hora da consulta, reduzindo o tempo de permanência no consultório. Os acompanhamentos pós-procedimento também podem ser feitos a distância. Outra novidade são os tratamentos – ortodontia, implantes ou canal, por exemplo -, que estão mais modernos e que permitem números reduzidos de idas ao consultório ou retornos em intervalos maiores durante o processo terapêutico.