Joinville é a terra de todas as histórias

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Muito antes dos livros, antes mesmo de haver a escrita, a oralidade era a única maneira de contar histórias e repassá-las adiante, como um precioso presente de geração para geração. Essa herança chega aos tempos atuais, e, mesmo com toda a tecnologia disponível, resiste também em artistas que usam seu dom para tocar as pessoas com narrativas das mais variadas. É o que se verá, e ouvirá, em Joinville entre 8 e 17 de setembro, graças ao 1º Encontro de Contadores de Histórias Teias de Ananse (confira a programação completa no perfil do Instagram @teiasdeananse).

O nome do evento vem da lenda de Ananse, um deus metade homem, metade aranha que, com astúcia, consegue trazer para a Terra o baú repleto de histórias do deus Nyame e espalhá-las pelos quatro cantos do mundo. Desse baú imaginário sairão também as proezas dos 21 contadores de histórias presentes em Joinville, representando Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, que farão um total de 28 apresentações gratuitas em diversos lugares da cidade.

Galpão da Ajote, CEU do Aventureiro, Casa da Cultura, Amorabi, Museu de Arte (MAJ), Biblioteca Pública e escolas são os cenários escolhidos para receber esses contadores, responsáveis por revelar causos, lendas, histórias de mulheres, indígenas, afro-brasileiros, africanos de caboclos ribeirinhos e também literárias. Histórias para crianças, jovens, adultos e para toda a família, fazendo ecoar em Joinville a força da palavra oral que resiste, apesar de tudo.

“Falar do poder das histórias de tradição oral é falar de cultura popular, de um saber e experiência ancestral, e queremos que esta seja a primeira de muitas edições deste festival que celebra a força da poética da oralidade”, afirma Sônia Biscaia, criadora e coordenadora geral do encontro. “Contar e ouvir histórias é lembrar da humanidade, é lembrar da gente, lembrar aquilo que nós temos de humanos. E quando temos um imaginário cheio, povoado de tantos personagens, de tantas paisagens, de tantas coisas, você nunca está só. As histórias vão tecendo fios que nos ligam uns aos outros.”

Para trazer a força dessa oralidade ancestral, a edição de estreia conta com um narrador indígena, o roraimense Cristino Wapichana, que abre a programação na Amorabi às 16h com “Sons e Funções das Histórias”. Às 20h, na Ajote, a contadora de histórias do povo preto Giselda Perê apresenta “Quantas Áfricas têm na África”.

A diversidade de narrativas é uma das marcas do evento. A Cia. Laica traz duas contações distintas, incluindo música e formas animadas; Josiane Giroldi, com “Foi Coisa de Saci”; a Cia. Mafagafos, com “Fabulatório Cantado”; a Cia. Girolê, com “As Três Marias na Cidade do Esquecimento”; Naira Demarchi, com “A Menina que Virou Lua”; e a Dionisos Teatro, única representante joinvilense, que apresentará “O que é que eu tô Fazendo Aqui?”.

Giselda também é responsável por uma das oficinas ofertadas pelo encontro: A Arte de Contar Histórias Pretas, no sábado (9). A outra oficina, Retalhos, será ministrada no dia 16 por Yohana Ciotti e versará sobre os retalhos de histórias presentes dentro de cada um de nós. As duas atividades acontecem no galpão da Ajote, na Cidadela Cultural. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail ciasomdevento@gmail.com.

“A parte formativa do evento, com a realização de oficinas voltadas a artistas, professores, alunos e comunidade geral interessada, nos traz a importância de as histórias orais continuarem a ser contadas, porque se elas são recontadas há tantos séculos, é porque continuam trazendo afirmações para o presente”, reforça Sônia Biscaia.

O 1º Encontro de Contadores de Histórias Teias de Ananse tem realização da Cia. Som de Vento, da Fundação Catarinense de Cultura e do Governo de Santa Catarina, por meio do Programa de Incentivo à Cultura (PIC). O patrocínio é do Supermercado Brasília.

SERVIÇO:

O QUÊ: 1º Encontro de Contadores de Histórias Teias de Ananse.
QUANDO: de 8 a 17 de setembro.

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