Novembro Azul: atenção aos sintomas e fatores de risco

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Atividade física e alimentação saudável podem reduzir riscos

Felipe Leonardo Estati, oncologista do Onco Center Dona Helena, em Joinville (SC)

Novembro é o mês dedicado ao alerta global para o combate e a prevenção do câncer de próstata – o chamado Novembro Azul. Um tema relevante que merece toda a atenção da sociedade. Hoje, esse é o principal câncer entre os homens (excluído o de pele), respondendo por 30% dos casos. Cerca de 72 mil novos casos anuais são registrados no Brasil – nada menos que uma morte a cada 38 minutos.

Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas, podendo estar presente apenas a elevação do antígeno prostático específico, ou PSA, usado principalmente para rastreamento em homens assintomáticos. Quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já se encontram em fase avançada, dificultando a cura. Nesse estágio, os sintomas podem ser locais. Alguns deles:  dores ao urinar, vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina e/ou no sêmen, diminuição do jato urinário, insuficiência renal. Também podem ocorrer sintomas devido a metástases, dores em quadril e coluna toracolombar, gânglios em região inguinal ou, ainda, fraqueza generalizada.

Dentre os fatores de risco, o principal é o envelhecimento. Análises mostram prevalência acima de 50% em população acima de 80 anos. Outros fatores importantes: histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio), excesso de gordura corpórea, além de aspectos ocupacionais em menor proporção, como trabalho com agrotóxico, com PVC e produção de baterias.

A realização de atividade física rotineira aliada a uma dieta saudável tem forte impacto na redução de riscos. Alimentos como brócolis, couve-flor, tomate (fonte de licopeno) e soja são protetivos; em contraste, o uso de anabolizantes à base de testosterona em pacientes sem deficiência primária e sem monitoramento de PSA traz um risco ao servir de substrato para eventuais células prostáticas cancerígenas preexistentes.

O rastreamento do câncer de próstata deve ser discutido com o médico, principalmente a partir dos 45 anos, ou até em idade inferior, se houver fatores de risco mais fortes. Dados recentes da população norte-americana mostram aumento da incidência de câncer de próstata de 2010 a 2018 após a não recomendação de realização dos exames de PSA, anos antes. O PSA anual, aliado ou não ao toque retal, aumenta a chance de se detectar lesões em fases precoces, elevando as chances de cura. O diagnóstico é estabelecido após biopsia prostática. Nesse material, também pode se avaliar perfil de agressividade tumoral que auxiliará a equipe médica na decisão terapêutica.

O tratamento em fases iniciais será o padrão para a maioria dos pacientes, mas há um grupo com a doença em perfil menos agressivo que, muitas vezes, pode ser acompanhado por meses ou anos, antes de ser necessário um tratamento oncológico específico.

O tratamento pode ser com monitoramento ativo para doenças iniciais e de baixo risco, cirurgia de retirada da próstata ou, ainda, radioterapia e bloqueadores hormonais da testosterona. Já nas fases mais avançadas, além das estratégias enumeradas, há a possibilidade de bloqueadores hormonais em comprimidos, quimioterapia e algumas inovações como terapia-alvo.

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