Olhares globais sobre a mobilização para enfrentar o coronavírus

A equipe da Revista Francisca conversou com joinvilenses ou ex-moradores da cidade que vivem em outros países para colher outros olhares sobre o combate global ao coronavírus. Aqui, o relato de Igor Marques Ribeiro, 27 anos, que mora em Langeoog, uma sossegada ilha situada ao Norte da Alemanha. Formado em Letras (Português e Alemão), o jovem morou em Joinville até abril de 2018

Trabalho como educador de crianças em uma clínica de prevenção. Enquanto as mães têm as suas terapias, as crianças ficam em grupos, como se fosse num jardim de infância, e fazemos diversos projetos e passeios. A clínica está fechada, então não estou indo trabalhar, porém ainda recebo meu salário integral (mas pode ser que daqui a algumas semanas, se continuar fechada, eu passei a receber 60%).

Langeoog é uma ilha com cerca de 2 mil habitantes, mas que costuma receber muitos turistas durante a alta temporada. Na Alemanha ainda não teve nenhuma ordem do governo de quarentena compulsória. Até agora, apenas a recomendação do governo para as pessoas ficarem em casa o máximo possível e a ordem de distanciamento social: no máximo, só podem andar na rua duas pessoas juntas, e nos mercados e outros espaços públicos a distância de no mínimo 1 metro e meio entre uns e outros. Lojas em geral, parquinhos e algumas praças estão fechadas para o público. Mercado e outras lojas essenciais (drogarias, farmácias etc.) ainda permanecem abertos.

Aqui em Langeoog não estou sentindo muito os efeitos do isolamento, pois ainda se pode ir passear, ir para a praia, andar de bicicleta etc. O único cuidado que se deve tomar é em relação à quantidade de pessoas te acompanhando (no máximo, duas pessoas juntas, senão tem multa). Acho que a lei de distanciamento social, em vez do isolamento forçado em casa, tem ajudado a conter o vírus, e ao mesmo tempo impedir que as pessoas se sintam presas e depressivas. Langeoog está fechada para turistas, então a economia vem sofrendo, principalmente na área turística e gastronômica. Porém, o governo alemão tem ajudado o povo com auxílios financeiros.