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12/11/2020Com a retomada das atividades presenciais, os animais sofrem com as mudanças de rotina de seus tutores. Existe a concepção errônea de que gatos são essencialmente indiferentes, porém é um equívoco, tanto que eles podem sofrer de ansiedade de separação. É o que conta Marcelia Zancan, médica veterinária, à jornalista Marcela Güther. A reportagem completa sobre o tema pode ser lida na edição de outubro da Francisca. Aqui, no on-line, logo abaixo, a profissional elenca os cinco pilares indispensáveis para o tutor manter um ambiente saudável para os felinos.
Marcelia é graduada pelo Instituto Federal Catarinense (Campus Araquari), pós-graduada em Clínica Médica e Cirúrgica de Felinos Domésticos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pós-graduanda em Nefrologia e Urologia em Animais de Companhia pela Universidade Positivo (UP).
Fornecer local seguro
“Os gatos precisam de lugares altos para ter senso de controle sobre o ambiente, se proteger e prever interações indesejadas com outros animais e com humanos”, explica Marcelia. Prateleiras, nichos, tocas, caminhas, caixas de papelão e topo de móveis são lugares perfeitos para isso. “Esses locais devem ser respeitados, pois são o porto seguro do gato! Não o retire para dar medicações ou cortar as unhas”, alerta.
Fornecer várias opções separadas de todos os recursos
Para o gato beber água, a veterinária indica vasilhas com bordas largas (gatos não gostam de encostar seus bigodes nas bordas), material em vidro, cerâmica ou inox, “para a água ficar sempre fresca e ainda evitar o gosto do plástico”. Recomenda, ainda, uma vasilha por cômodo da casa. Já para comer, o gato precisa de vasilhas rasas, separadas umas das outras e longe da água.
Em relação à caixa sanitária, é necessário sempre uma a mais do que a quantidade de gatos na casa, uma de “sobra”. Elas devem ser abertas, de tamanho grande, e dispostas em locais diferentes da casa, ambientes calmos e separados da alimentação. A limpeza deve ser diária e a lavação, semanal. Marcelia também recomenda utilizar areia sem fragrância e formadora de torrão.
Em relação aos brinquedos, seja de material reciclado ou “comprado”, a profissional indica aquele que o gato mais gostar. “Não deixe muito tempo no ambiente, eles perdem o interesse, guarde e disponibilize outro”, adverte. Colocar no ambiente ao menos um arranhador, seja vertical (90cm de altura) ou horizontal, também é indicado. “Arranhar é natural para a espécie, serve para afiar as unhas e marcar território”, destaca. Também é necessário ter locais para descanso e sono: os gatos devem ter livre acesso à toda casa, sem se sentir desafiados por outros gatos e potenciais ameaças.
Oportunidade para brincar e ter comportamento predatório
Segundo Marcelia, é preciso suprir a necessidade natural de caça com estimulação física e mental. Para isso, utilizar meios variados, como varinhas, laser, bolinhas, ratinhos, pelúcias, catnip, brinquedos e comedouros interativos, etc.
Interação social humano-gato positiva, consistente e previsível
Uma interação amigável com humanos estabelece forte ligação e minimiza níveis de estresse e medo aos humanos. “A tolerância e preferência de contato variam com a fase de vida e de gato para gato. Já se deu conta que gatos se interessam por pessoas que não tem afinidade com gatos? Elas não encaram os gatos e muito menos ‘afofam’. Respeite o gatinho, não seja ‘Felícia’!”, adverte a veterinária.
Ambiente que respeite a importância do olfato
Marcelia lembra que o olfato é o principal sentido dos gatos para avaliar seu ambiente: “Evite produtos de limpeza com fragrâncias, desodorizadores de ambiente, incensos, inseticidas… Os felinos avaliam o perigo no ambiente pelo olfato, além disso, os cheiros podem gerar estresse, ansiedade e insegurança.”