Julho Verde: campanha nacional visa à prevenção do câncer de cabeça e pescoço

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Chances de cura chegam a 90% se for feito tratamento precoce

O calendário das campanhas de saúde sinalizadas por cores aponta que este mês é o Julho Verde, voltado à prevenção do câncer de cabeça e pescoço. O objetivo é chamar a atenção para um grupo de tumores pouco conhecidos pela população, com sintomas muitas vezes subestimados. A cirurgiã Camila Machado, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço do OncoCenter Dona Helena, de Joinville (SC), informa que os tumores malignos na boca, orofaringe (garganta), laringe (onde estão as cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita, pescoço, tireoide, couro cabeludo, pele do rosto e do pescoço são chamados de câncer de cabeça e pescoço. Esse tipo de câncer, quando diagnosticado e tratado precocemente, chega a 90% de cura.

De outra parte, um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, particularmente para aqueles que surgem na boca, faringe e laringe, causando uma perda significativa da qualidade de vida durante e após o tratamento, na maioria dos casos, com sequelas funcionais e psicológicas. A campanha Julho Verde é realizada no Brasil desde 2015, por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP). O objetivo principal é reforçar as ações e evidenciar a importância de as pessoas manterem uma boa saúde geral.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), os cânceres que afetam a região da cabeça e pescoço, somados, ocupam a segunda maior incidência entre os homens brasileiros. E são mais de 500 mil novos casos no mundo. “A campanha nasceu para chamar a atenção da população para a doença. Apesar de o exame clínico ser de fácil acesso, o câncer de boca – o mais comum em nosso meio (em cerca de 70% a 80% dos casos) – é diagnosticado em fase avançada, tornando mais o tratamento mais complexo e com maior risco de graves sequelas”, acrescenta a cirurgiã. A estimativa do Inca, para o Brasil, é de que surjam 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço neste ano.

Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de cigarro pode ocasionar a doença, assim como a exposição exagerada aos raios solares. O HPV também está associado ao desenvolvimento de câncer na orofaringe, principalmente nas amígdalas e na base da língua. O diagnóstico da doença entre jovens tem se tornado frequente, justamente em decorrência destes tumores originados pelo HPV. Outro câncer muito comum ocorre na glândula tireoide. Importante lembrar, também, do câncer de laringe. E, ainda, o câncer de pele, que é o mais comum nos humanos – e 75% deles surgem na região da cabeça e pescoço.

Conheça os fatores de risco

Cavidade oral

. Tabagismo (cigarro, cigarro eletrônico, charuto, cachimbo, narguilé e produto feito por rolo)

. Consumo excessivo de álcool

. Exposição ao sol sem protetor labial

. Infecção por HPV (Papilomavírus Humano)

Laringe

. Tabagismo

. Consumo excessivo de bebidas alcoólicas

. Excesso de gordura corporal

. Exposição ocupacional a elementos como pó de madeira, químicos usados na metalurgia, petróleo, amianto

Tireoide

. Dieta pobre em iodo

. História de irradiação do pescoço

. Radioterapia em baixas doses (principalmente na infância)

. História familiar de câncer de tireoide

. Obesidade

. Tabagismo

. Exposições hormonais

. Poluentes ambientais

Câncer de pele

Tipo de câncer que também acomete a região da cabeça e do pescoço. Importante evitar

exposição prolongada ao sol sem uso de protetor solar e de chapéus

Como evitar  
. Não fumar
. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
. Preferir alimentação rica em frutas, verduras e legumes
. Manter boa higiene bucal
. Usar protetor solar e evitar exposição ao sol prolongada
. Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral

. Manter o peso corporal adequado

. Recomendar a vacinação do HPV para os meninos de 11 a 14 anos e para meninas de 9 a 14 anos


Sinais de alerta
Na presença de algum desses sinais, procure orientação médica

. Nódulos no pescoço

. Feridas, úlceras na boca ou na garganta que não cicatrizam após duas semanas

. Lesões e feridas de pele persistentes em áreas da face e pescoço
. Manchas brancas ou avermelhadas na boca

. Feridas que não cicatrizam em até duas semanas

. Dor de garganta que não melhora em 15 dias

. Dificuldade ou dor para engolir

. Alterações na voz ou rouquidão por mais de 15 dias

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