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13/08/2020Celular em uma das mãos, notebook na outra? Novas tecnologias e dispositivos eletrônicos mudaram os hábitos de todos, mais ainda nestes tempos de pandemia e home-office. Pois o uso repetitivo dos celulares, computadores e tablets pode trazer prejuízos à saúde. Veja um exemplo: “As tendinites, principalmente dos membros superiores, podem levar a problemas ainda maiores caso não tratadas corretamente”, destaca o ortopedista Pinheiro Carvalho, especialista em doenças das mãos e punhos do Sistema Hapvida.
O corpo humano tem milhares de tendões e ligamentos, estruturas que, em conjunto com os músculos e articulações, possibilitam todos os nossos movimentos e gestos. Para se ter uma ideia, fazer um simples movimento de levar a mão até a boca envolve mais de 200 estruturas diferentes. E o uso constante e repetitivo dos aparelhos eletrônicos sobrecarrega essas estruturas, podendo causar uma série de distúrbios.
A famosa tendinite, inflamação dos tendões, é um nome geral que se dá para um conjunto de doenças que afetam o sistema ósteo-muscular. Do ponto de vista médico, as tendinites englobam tenossinovites, tendinoses, entesites, mialgias, artralgias, fasciítes, neurites e até algumas doenças reumáticas.
Esse agrupamento de tantas doenças ocorre porque seus sintomas se assemelham e são, principalmente, a dor no local acometido, que piora com a execução daquela atividade, vermelhidão, inchaço, fadiga e até falta de força. Qualquer pessoa pode desenvolver essas doenças inflamatórias. Não apenas as atividades repetitivas são as causas das “tendinites”. Má postura, falta de ergonomia na estação de trabalho, sedentarismo, predisposição genética, fragilidade muscular e doenças autoimunes são fatores implicados no seu surgimento. “Se não tratadas e prevenidas, essas doenças levam a quadros de dor e inflamações importantes, extensas, necessitando de afastamentos do trabalho”, ressalta o especialista.
É importante que o indivíduo que comece a sentir esses sintomas procure um ortopedista para indicar o melhor tratamento. “Após avaliação e constatado o problema, o tratamento é iniciado e pode envolver medicações, fisioterapia e uso de órteses. O gelo sobre o local inflamado é um aliado, assim como a adequação de atividades com o membro acometido. Alguns casos crônicos podem até precisar de cirurgias”, aponta Pinheiro.
A melhor forma de tratar é a prevenção. “Manter um bom condicionamento físico de braços, antebraços e até da musculatura das costas e pescoço são importantes. A doença dos tendões tem a ver com tensão, portanto estresse mental também pode ser considerado um fator. Alongamentos devem ser rotina. Evitar jornadas muito longas e preparar o ambiente de trabalho de forma mais ergonômica são fatores chaves para não ser mais um acometido pelas tendinites”, finaliza.